terça-feira, dezembro 27, 2005

crime, disse ela

"esta é a forma mais fraca de gozar a vida: deixá-la chicotear-nos. (...) estou um pouco enjoada deste chafurdar russo na dor. A dor é algo para ser dominado, não onde chafurdar."

anaïs nin, "henry and june, do diário íntimo de anaïs nin"

(umgrandebemhajas)

20 Comments:

Blogger ana vicente said...

grande anais!

mas diria que a dor faz parte do processo. às vezes é preciso chafurdar para nos limparmos. eu gosto dos russos.

Mas também gosto do lado predador da anais e ainda mais de ela fingir que isso não tem nada de auto-destrutivo.

enjoa terrivelmente a dor dramática - nisso concordo em absoluto com ela. a dor real do dia-a-dia é mais pujante e mais libertadora.

dezembro 27, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Karma RULEZ!

dezembro 27, 2005  
Anonymous Anónimo said...

"também gosto do lado predador da anais e ainda mais de ela fingir que isso não tem nada de auto-destrutivo" - não poderão existir pessoas com uma natureza verdadeiramente predatória? Concordo que para a maioria, para o 'humano-médio', é auto-destrutivo.
A dor, pra mim, é necessária mas só pra sentir um grande alívio quando passa...

dezembro 27, 2005  
Blogger ana said...

Bom, se há pessoas com naturezas verdadeiramente predatórias... boa questão. acho que há estados naturalmente predatórios, que se devem talvez a uma grande grande lacuna interna (todos temos as nossas lacunas, nuns são maiores que noutros), uma falta de capacidade de auto-gestão ou de compromisso com apenas uma pessoa. esse era o estado da anais no diário que estou a ler. não sei se tal mudou alguma vez na vida dela, tenho uma certa curiosidade.

mas no caso dela acredito que esse predatorismo-coiso tinha uma relação intensa com o seu auto-destrutivismo-coiso, ainda não sei bem como, mas penso que sim. ana vicente, queres discorrer?

dezembro 28, 2005  
Blogger anarresti said...

É importante a lucidez de saber que a dor existe. E conhecer a dor faz parte da experiência de existir. Mas é bom que se passe por ela. Glorificar a experiência da dor, exaltá-la é perder tudo o resto. Que é o que realmente importa. Se os hedonistas e os epicuristas preferem uma existência em que a dor não é integrada nem aceite como eu penso que deve ser, os que a glorificam fazem muito pior: perdem a noção do belo, do maravilhoso, perdem a capacidade de se deslumbrarem com as coisas simples. Tornam-se seres podres, desistentes, que carregam às costas a sua própria incapacidade de lidar com o sofrimento. O sofrimento é um desafio, não uma prenda. É para ser resolvido, não gozado.

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

viva, viva, Velutha!:o)

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

And the army man says:

"A dor é tua amiga, esta a dizer-te que estás vivo!"

(apesar de não concordar em tudo nesta frase, axei por bem escreve-la)

dezembro 28, 2005  
Blogger jmnk said...

"O sofrimento é um desafio, não uma prenda. É para ser resolvido, não gozado."

o libertino puro em estado sólido não concordaria ctg Velutha, ele não distingue o prazer da dor; se o seu prazer é a dor do outro então não se resolve, goza-se. O mesmo se ele experimenta a dor, pq a dor exalta-o. prazer e dor estão em constante mutação, para ele são a mesma sensação

anaïs tb vagueou por aki

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

"Um dedo e zás, num gesto um copo caí,
Um tropo caliente, maybe in Changai
Dama de honor amadora de dentro, na boca a serpente é tanto verbal
No rosto o sorriso esconde o disfarce de quem diz: perigo leva-me ou desfaço-te
Porque a mim o diabo não leva, meu corpo se entrega, mais que a outra face.
Olá Venús
Olá dama dada
Trazazer non plus
Tráz água na asa.
Do elétrico sai um desejo na Rua do Sol,
Ela tem o balanço do Tejo, na boca o anzol
É vermelho o baton de verniz, que ela usa como quem diz, a tua sorte chegou.
A noite faz palco e a cena de novo ensaiada
O texto é mau mas a comédia está lançada
E se alguém perguntar como ela se chama
Ela diz, eu sou Carmen, Carmen Miranda"
Cool Hipnoise

dezembro 28, 2005  
Blogger ana said...

gozar. gosto do verbo. gozar a dor e gozar o prazer. faz sentido. mas não deixa de ser algo muito centrado no momento.

o problema é o mesmo de sp. o tempo é limitado e o tempo que estamos a gozar a dor ou o prazer não estamos a investir noutras coisas que nos poderiam dar mais dor ou mais prazer consoante a sensação que mais quisermos na nossa vida. no meu caso prazer, bem investido, sustentável, com boas taxas de retorno!

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Como o meu pai me disse muitas vezes e continua a dizer a quem diz "não tenho tempo"

Temos sempre tempo para tudo, se assim quisermos trabalhar para ele!

Tempo, força, vontade, dor, etc tudo desculpas! É mais facil sofrer e ser o coitadinho, do que aceitar que o que vivemos, bom ou mau, é merecido, aprender, e andar para frente =P

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

essa do merecido faz-me lembrar um amigo meu que diz: 'cada um tem aquilo que merece!' - olha que às vezes não é bem assim... sem com isto querer dizer que todos mereçamos o que gostaríamos de ter!

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Segundo o karma, o que teu amigo diz é lei!

A conversa pode adiantar-se... mas tudo depende do que acreditas ;)

dezembro 28, 2005  
Blogger ana said...

eu cá não acredito em karmas, só em camas e em armas!

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Pq nao acreditas tu em karma?

dezembro 28, 2005  
Blogger jmnk said...

karmacoma... nisto eu sei que acreditas

dezembro 28, 2005  
Blogger ana said...

ehehe, em karmacoma acredito, não faço puto ideia do que quer dizer, mas com aquela voz acredito em tudo!


coração, o ónus da prova está em quem acredita não em quem não acredita, não?

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

explica isso aqui ao gaijo ignorante

dezembro 28, 2005  
Blogger ana said...

oh coração, não te chames ignorante aqui na minha loja, que isto aqui tamos todos a trabalhar pra mimar o nosso ego e o ego alheio.

bom, o que quero dizer, é que tu é que tens que explicar pq é que acreditas, não sou eu que tenho que explicar pq não acredito, parece-me!

dezembro 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

ui... tens a noção onde isso vai parar?
tou a acabar de ler o segundo volume da explicação do karma (e não só)

ok... Acredito em reencarnação, como tal, acredito que encarnamos para cumprir um determinado objectivo, esse objectivo é derivado do nosso karma, que é como se fosse um registo do que fizeste bem e mal. Para te livrares do karma, tens de cumprir os objectivos a que te propoes, se tal nao fizeres, mais karma juntas ao que ja tens. Dai a expressão "Cada um tem aquilo que merece.", tens a receber o que fizeste noutra encarnção, o bom e o mau, para que possas evoluir.

Esta resposta não me satisfaz pq respondo ao acreditar em karma com outra coisa que se calhar nao acreditas, reencarnação, dai eu perguntar pq nao acreditas, axo que a resposta seria mais satisfatoria e curta =D (este blog está a transformar-se num chat, ai os velhos tempos de irc... ai o meu kerido msn... Para a tertulia????)

dezembro 28, 2005  

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