sexta-feira, dezembro 30, 2005

quando leio este poema "mexe qq coisa dentro doida, já qq coisa doida dentro mexe"

"A fuga

Eu próprio desprezei quanto desejo e amo.
Sem dar-me conta quis afastar-me de tudo
para viver sózinho o medo desta casa.
Muito tarde entendi que de nada me afasto
se de ti me separo, pois és sangue antigo,
que vive dentro, cala, e sem ti nada sou.

Atrás do rumor do ar fica o ar no ramo.
E somente contigo, de mim estou a salvo."

José Mateo