Tomando o título do teu post, parece que vês essa incapacidade como uma falha. É isso?
O mais chato quando temos esses estigmas na atracção (pois eu também os tenho) é que projectamos coisas no outro, que à partida não estão lá. Mas nós temos de ver sempre mais além, como se não bastasse aquilo que estamos a ver no momento.
Pode suceder o contrário do que falas. Por exemplo, alguém que te parece fútil, mas que por causa disso te atrai, porque achas que há mais qualquer coisa, não pode ser só aquilo. Nós estamos sempre a ver para lá de qualquer coisa. Muitas vezes, só me apetece dizer futilidades, outras ainda profundidades, ou disparates. Não sei. Isso define-me enquanto objecto de atracção, seja lá o que isso for?
Acho que não sabemos o que nos atrai nas pessoas, mas estamos sempre a tentar descobrir. A fazer um esquema, estabelecer relações entre as nossas atracções.
A coisa mais espantosa é ficares atraída pela energia de alguém - penso que isto é o que se pode chamar amor à primeira vista. Nem precisa dizer nada, entra numa sala e pronto, estás lá. E não falo simplesmente de atracção física, porque essa é mais fácil de catalogar (será mesmo?).
sim, vejo como uma falha, o preconceito talvez seja uma forma de sobreviver mais simplesmente, mas é uma falha, uma "des-abertura"
a cena da projecção funciona imenso comigo, criar ideias sobre as pessoas que me atraem e pensar que elas são assim ou assado... tv tenha a ver com o nosso gosto por filmes =)
"Acho que não sabemos o que nos atrai nas pessoas, mas estamos sempre a tentar descobrir. A fazer um esquema, estabelecer relações entre as nossas atracções."
Sim! concordo inteiramente! a minha ultima "descoberta" foi que todas as pessoas por quem me apaixonei à seria me deram a mesma sensação inicial... uma sensação de familiaridade estranha, de extremo à vontade... à pessoas que gostam daqueles que os intimidam, eu gosto daqueles que me fazem sentir livre por dentro
"A coisa mais espantosa é ficares atraída pela energia de alguém"
concordo, talvez seja a emoção mais simples, a tal química
Pois... eu também. Há até quem diga que sou demasiado "esquisita e selectiva"... Mas eu pergunto-me muitas vezes se é mau querer o melhor para nós - não o melhor dos melhores (perfeição não existe e é demasiado aborrecida), mas o melhor para cada um de nós...
Já viste, se todos fossem como tu, e houvesse "informação perfeita", ninguém aturava ninguém, porque haveria sempre alguém mais fútil que o outro (a probabilidade de terem "exactamente" o mesmo grau de futilidade é muito pequena, ou nula). :)
sim, t.m., tens razão, não acho que seja uma coisa "boa" por isso lhe chamei preconceito
mas o post foi uma provocação, na verdade acho que não gostamos nos outros aquilo de que não gostamos em nós. (daí sabermos identificar essas caracteristicas)
para além disso se houvesse "informação perfeita" não haveria preconceitos
não sabia que não tinha mail disponível ... mas essa de super-secreta faz-me sentir uma super-heroína, por isso, se calhar...
A futilidade às vezes é indispensável. Acho que há por aí muitas coisas supostamente profundas, mas absolutamente vãs. Isso é o que me irrita mais: fazer as coisas, ser, de uma forma vã.
acho que entendes o que queres dizer com fazer as coisas supostamente profundas mas de uma forma vã... mas gostava que me explicasses melhor o que queres dizer com isso.
Talvez o que queira dizer é que há desesperos que são vãos. Até, num certo sentido (e por favor não te ofendas), dizer que "não consigo sentir-me atraída por ninguém que me pareça mais fútil que eu" é vão. Porque é inútil, mas principalmente porque é um valor de vaidade... E a vaidade é vã. A auto-estima não. Contra mim falo, é claro. Não me considero livre de vanidades. Sinto que há sofrimentos (as tais coisas aparentemente profundas) que são vãs, perante a visão global da vida. Mas é como a canção dos clã, com letra do Sérgio Godinho, "sim, o amor é vão, é certo e sabido, mas então por que sopra ao ouvido?"
É isso que sinto. Sinto que muitas coisas que sentimos são vãs, exactamente na proporção em que tentamos aprofundá-las, dar-lhes densidade, em vez de as deixarmos simplesmente ser.
É uma sensação de vazio que fica em certos momentos em que te bates, te esforças numa direcção e depois te apercebes: "para quê? tudo isto é vão, é em vão".
Não consigo explicar melhor. Nem sei bem se é exactamente isto. A minha defesa do fútil passa pela certeza de que o fútil a mim não me engana - o seu valor (ou não valor) é claro, não há enganos. E isso é uma vantagem estimável, pois inestimável seria exagero.
9 Comments:
Tomando o título do teu post, parece que vês essa incapacidade como uma falha. É isso?
O mais chato quando temos esses estigmas na atracção (pois eu também os tenho) é que projectamos coisas no outro, que à partida não estão lá. Mas nós temos de ver sempre mais além, como se não bastasse aquilo que estamos a ver no momento.
Pode suceder o contrário do que falas. Por exemplo, alguém que te parece fútil, mas que por causa disso te atrai, porque achas que há mais qualquer coisa, não pode ser só aquilo. Nós estamos sempre a ver para lá de qualquer coisa. Muitas vezes, só me apetece dizer futilidades, outras ainda profundidades, ou disparates. Não sei. Isso define-me enquanto objecto de atracção, seja lá o que isso for?
Acho que não sabemos o que nos atrai nas pessoas, mas estamos sempre a tentar descobrir. A fazer um esquema, estabelecer relações entre as nossas atracções.
A coisa mais espantosa é ficares atraída pela energia de alguém - penso que isto é o que se pode chamar amor à primeira vista. Nem precisa dizer nada, entra numa sala e pronto, estás lá. E não falo simplesmente de atracção física, porque essa é mais fácil de catalogar (será mesmo?).
sim, vejo como uma falha, o preconceito talvez seja uma forma de sobreviver mais simplesmente, mas é uma falha, uma "des-abertura"
a cena da projecção funciona imenso comigo, criar ideias sobre as pessoas que me atraem e pensar que elas são assim ou assado... tv tenha a ver com o nosso gosto por filmes =)
"Acho que não sabemos o que nos atrai nas pessoas, mas estamos sempre a tentar descobrir. A fazer um esquema, estabelecer relações entre as nossas atracções."
Sim! concordo inteiramente! a minha ultima "descoberta" foi que todas as pessoas por quem me apaixonei à seria me deram a mesma sensação inicial... uma sensação de familiaridade estranha, de extremo à vontade... à pessoas que gostam daqueles que os intimidam, eu gosto daqueles que me fazem sentir livre por dentro
"A coisa mais espantosa é ficares atraída pela energia de alguém"
concordo, talvez seja a emoção mais simples, a tal química
Pois... eu também. Há até quem diga que sou demasiado "esquisita e selectiva"... Mas eu pergunto-me muitas vezes se é mau querer o melhor para nós - não o melhor dos melhores (perfeição não existe e é demasiado aborrecida), mas o melhor para cada um de nós...
i.e, someone that fits me...
Já viste, se todos fossem como tu, e houvesse "informação perfeita", ninguém aturava ninguém, porque haveria sempre alguém mais fútil que o outro (a probabilidade de terem "exactamente" o mesmo grau de futilidade é muito pequena, ou nula). :)
PS: tens email, ou és "super-secreta"?
sim, t.m., tens razão, não acho que seja uma coisa "boa" por isso lhe chamei preconceito
mas o post foi uma provocação, na verdade acho que não gostamos nos outros aquilo de que não gostamos em nós. (daí sabermos identificar essas caracteristicas)
para além disso se houvesse "informação perfeita" não haveria preconceitos
não sabia que não tinha mail disponível ... mas essa de super-secreta faz-me sentir uma super-heroína, por isso, se calhar...
suuuuuuuuppppperrrr-secreta!
;-b
A futilidade às vezes é indispensável. Acho que há por aí muitas coisas supostamente profundas, mas absolutamente vãs. Isso é o que me irrita mais: fazer as coisas, ser, de uma forma vã.
acho que entendes o que queres dizer com fazer as coisas supostamente profundas mas de uma forma vã...
mas gostava que me explicasses melhor o que queres dizer com isso.
Talvez o que queira dizer é que há desesperos que são vãos.
Até, num certo sentido (e por favor não te ofendas), dizer que "não consigo sentir-me atraída por ninguém que me pareça mais fútil que eu" é vão. Porque é inútil, mas principalmente porque é um valor de vaidade... E a vaidade é vã. A auto-estima não.
Contra mim falo, é claro. Não me considero livre de vanidades. Sinto que há sofrimentos (as tais coisas aparentemente profundas) que são vãs, perante a visão global da vida.
Mas é como a canção dos clã, com letra do Sérgio Godinho, "sim, o amor é vão, é certo e sabido, mas então por que sopra ao ouvido?"
É isso que sinto. Sinto que muitas coisas que sentimos são vãs, exactamente na proporção em que tentamos aprofundá-las, dar-lhes densidade, em vez de as deixarmos simplesmente ser.
É uma sensação de vazio que fica em certos momentos em que te bates, te esforças numa direcção e depois te apercebes: "para quê? tudo isto é vão, é em vão".
Não consigo explicar melhor. Nem sei bem se é exactamente isto. A minha defesa do fútil passa pela certeza de que o fútil a mim não me engana - o seu valor (ou não valor) é claro, não há enganos. E isso é uma vantagem estimável, pois inestimável seria exagero.
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