sexta-feira, dezembro 02, 2005

cesariny* remix

"Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa"

"Tu és melhor -- muito melhor!--Do que tu.
Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê."

"que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura"

"Que susto se de repente alguém a sério encontrasse
que certo se esse alguém fosse um adolescente
como se é uma nuvem um atelier um astro"

"palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita"
"não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos"

"Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho"

"Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!"

*homage grata ao senhor. o senhor ganhou um prémio (Prémio Vida Literária e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade), viva ele viva ele!

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Será muito difícil mais comentários inteligentes, construtivos, daqueles que acrescentam alguma coisa ao mundo com arte como ele acrescentou, como Cesariny. Mas prejudica-se, nesse aspecto, a ele próprio pela solidão que impõe às suas palavras, porque depois de Cesariny há muito pouco a dizer que esteja à altura de Cesariny, e certamente nada que eu possa comentar, por mais inspirada de Cesariny que fique.

dezembro 05, 2005  
Blogger ana said...

ehehe. e que verborreica forma de dizer que nada tens pra dizer. gostei e subscrevo!

dezembro 05, 2005  

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