domingo, janeiro 08, 2006

sagrado versus profano




estava a ouvir tricky, nos seus duelos-duetos com a constanza (album vulnerable) e não consegui não saltar da cadeira e dançar a musica "how high". e lembrei-me "estou aqui agora a dançar e há uns anos atrás estaria neste momento a regressar da missa".

será uma das opções mais "sagrada" do que a outra? poderei eu dizer que substitui rituais sagrados por rituais profanos?
não, de todo, nada.

não há para mim forma melhor de celebrar a vida, isto de estar viva que é o que de mais sagrado tenho, do que estar a dançar, toda imersa na música.

por vezes profano a dança, quando o cansaço chega.

manter uma religião pode ser uma questão de afectar a energia necessária e suficiente para não vulgarizar espaços, sejam eles quais forem, cada um que decida os seus.









if music says "jump jump" i say "how high?"

6 Comments:

Blogger Tiago said...

Ser devoto a uma Religião não é mais que seguir uma conduta ideologica, celebrar os seus ideiais! Se esses ideais não compromentem o bem estar de ninguém então é uma boa Religião. Se esses ideais ainda te deixam bem fisica e espiritualmente, então é uma óptima Religião!

Ouve musica, dança e salta tão alto quanto quiseres!

Só não te esqueças que nessa tua Religião tu defines os limites. E isso pode não ser tão facil como parece à primeira vista...

janeiro 09, 2006  
Blogger El guisante pensante said...

eu acho que os rituais sagrados sao so rituais profanos institucionalizados...

janeiro 10, 2006  
Blogger ana said...

deus, explica. o que serão os limites desta minha religião?


guisante,podem haver espaços sagrados não institucionalizados, não?

janeiro 10, 2006  
Blogger anarresti said...

Todos os momentos são sagrados. Ou melhor, tu estás em todos os momentos e todos os momentos podem ser bons. Não interessa muito como os catalogas. Bem... claro que interessa [até és tendencialmente analítica] pensar sobre os momentos, a seguir. Aquilo que sentimos quando a intensidade com que sentimos a música é tal que nem sentimos que seja intensa, é uma espécie de serenidade forte, uma presença imensa, constante, um calor sorridente, que não nos deixa deixar de dançar, essa energia que faz com que não seja preciso pensar no ritmo nem nos passos, e as imagens da nossa vida sucedem-se com velocidade, como se tudo abrandasse à nossa volta, como se uma sintonia ocorresse e nós fossemos um supercondutor que permite a sintonia, essa energia está próxima de algo religioso. E o que fica depois da dança, o sorriso que te conheço nos lábios, o calor que invade o rosto e que também costumo sentir, as endorfinas que nos percorrem... se Deus nos criou para sentir as coisas desta maneira é porque nos deu várias formas de encontrar serenidade, paz de espírito, de focalizar a mente, de estar em comunhão no meio de multidões, de reencontrar equilíbrio, de nos reerguermos depois de uma tempestade emocional, de termos uma óptima banda sonora para fazer amor em plenitude , de limpar a cabeça de ruído, de sentir a sério. A música é uma expêriência do profundo de nós. Sem que se tenha de racionalizar. Um abraço, nuno.

janeiro 10, 2006  
Blogger El guisante pensante said...

sim, (acho eu) a institucionalização só tem um valor formal, e o importante em termos de espiritualidade e o que se sente a nível pessoal. Eu também acho a dança muito espiritual mas por vezes sensual a mais para ser aceita num ritual sagrado como o judeu-cristão...

janeiro 11, 2006  
Blogger ana said...

guisante! sim, concordo contigo. a sensualidade e a espiritualidade estão muito desligadas em muitas religiões. infelizmente! ;-b

janeiro 11, 2006  

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