Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
6 Comments:
estou a ler um livro "nós" que fala da liberdade, a liberdade selvagem e a felicidade matemática das regras...
irei falar dele mais tarde.
curiosamente foi escrito nos anos 20, ler e ver as noticias actuais...
Qual é a relação entre a presença e a opressão?
indigente, cá espero.
jctp, sim, boa forma de por a questão... mas há tb ausências de coisas que não nos oprimiam...
a pergunta é pertinente, mas é lixada.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
uau!!!!! obrigada salseira! essa alegria na ausência é uma sabedoria.
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