quarta-feira, abril 19, 2006

"What gives, what helps the intuition?"*

a intuição é apenas a porosidade do subconsciente, não?

acho que o meu é bastante estanque.


*Leslie Feist, the intuition

26 Comments:

Blogger jmnk said...

do ponto de vista geológico, a intuição será a porosidade ou a permeabilidade do subconsciente???
um pensamento fluído pode ser graduado por viscosidade???
E o pensamento, será um fluído de newton ou não-newtoniano??

(desculpa, hj acordei termodinâmico)

abril 19, 2006  
Blogger ana said...

eheh, adoro analogias entre os sentimentos e a termodinâmica

ui, acho que tens razão, é a permeabilidade.

"A porosidade do solo é o volume de todos os espaços abertos (poros) entre os grãos sólidos do solo. (...)Normalmente, o tamanho dos poros e sua conectividade determinam se o solo possui alta ou baixa permeabilidade. A água irá fluir facilmente através de um solo de poros grandes com boa conectividade entre eles. Poros menores com o mesmo grau de conectividade teria baixa permeabilidade, já que a água fluiria através do solo mais lentamente. É possível termos permeabilidade zero (ausência de fluxo) em um solo de alta porosidade caso os poros estejam isolados (não conectados). Também é possível haver permeabilidade zero se os poros forem muito pequenos, como no caso da argila."
(http://www.seed.slb.com/qa2/FAQView.cfm?ID=426&Language=PT)
e sim, há a viscosidade dos sentimentos. aqueles que são mais dolorosos são mais viscosos, escoam menos. ficam mais sedimentados talvez, menos acessíveis.

o pensamento é mais newtoniano que o sentimento, tem menos viscosidade, menos tendência a ficar parado, acho.

abril 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Denomina-se por porosidade a relação entre o volume de espaços ocos de uma rocha e o volume total da mesma.
A permeabilidade é a medida da capacidade de circulação de um fluido através de uma rocha, sem alterar a sua estrutura interna. Todas as rochas permeáveis podem ser porosas mas nem todas as rochas porosas são permeáveis, em virtude de os poros não comunicarem entre si ou de serem de tamanho tão pequeno que não permitam a passagem do fluido.
De notar que o substantivo "Fluido" não tem acento.
Quanto aos fluidos de Newton, não há certeza de que algum deles tenha chegado à actualidade. É provável que haja um boião de esperma de Newton guardado num banco, pronto a fazer génios...

JV

abril 19, 2006  
Blogger jctp said...

Este blogue tem um nome parecido – dizia ele – com outro que eu conheço. Mas não é dele. É dela.

- E achas que ela se importa?
- Não sei. Mas se ela não gostar, podemos sempre apagar o blogue. Não seria a primeira vez.
- Ou podíamos mudar-lhe o nome.
- Ou isso.

Mas este nome - dizia ela - este nome não me é estranho.

abril 19, 2006  
Blogger miguel said...

a porosidade e a permeabilidade não são propriamente do domínio da termodinâmica, são mais de hidrodinâmica. no caso da argila, a porosidade, a condutividade e a permeabilidade são praticamente nulas porque além dos poros serem pequenos, os filossilicatos são laminares, encaixando bem entre si, eliminando a conectividade. o índice de vazios (relação entre a fracção vazia e a fracção sólida de um solo) nas rochas ou solos argilosos é também, praticamente nulo.

a permeabilidade seria a intuição, julgo que jmnk tem razão. o pensamento intuído seria o fluido, a porosidade seria a capacidade de armazenar pensamentos intuitivos.

do ponto de vista geológico, chamaríamos à ana, segundo a própria, um aquicluso.

abril 19, 2006  
Blogger ana said...

ehehe, temos JV!

bom, passemos então a usar o conceito de fluido newtonianos, não sabendo se os de newton era newtoniano ou não (acho que o que está no tal boião não é suposto ser)

jctp! não me importo nada :D fico contente por permaneceres por aqui!

pedras contra canhões! sou uma alma argilosa, um aquicluso, xiça! ;-b

a porosidade seria a capacidade de armazenar pensamentos intuitivos, ou sentimentos no total... hum, e o que seria a pedra mais ou menos segmentada? a memória?

abril 20, 2006  
Blogger miguel said...

espera... estávamos a falar de solos... pedras mais ou menos segmentadas já nos faz entrar no domínio das rochas.... e se vamos por aí temos de saber a quais nos referimos para entender a fragmentação... sedimentares, ígneas, ou metamórficas? (para simplificar)

abril 20, 2006  
Blogger jmnk said...

mas não é a pedra que se procura??

Visita Interiora Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem

(afinal ontem estava hidrodinâmico; JV obrigado pela correcção ortográfica... imperdoável)

abril 20, 2006  
Blogger Unknown said...

ca para mim a intuição é resultado da experiencia...
quanto mais melhor se podes indagar.

por isso... o tempo é lei na educação da intuição e ela é exemplo de cultura em nos mesmos...

beijos

abril 20, 2006  
Blogger anarresti said...

uau! e olhem lá... o excesso de sedimentação por vezes não pode afectar a coisa? Eu acho não funciona a nossa intuição, muitas vezes, por isso...

abril 20, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Um bom título para o início destes comentários:

"jmnk, a ignorância culta, ou apenas um absurdo pós-moderno"...

abril 20, 2006  
Blogger miguel said...

o que é um JV?
eu cá prefiro a ignorância pós-moderna - embora também resultasse cultura absurda.

abril 20, 2006  
Blogger anarresti said...

~:-D bem... a citação é bastante desafiadora. E com estes comentários consegui-se, de forma brilhante e genialmente eloquente, não se aceitar o desafio... Eu procurei, com a dica da sedimentação, um piscarzito de olhos. Quando digo sedimentação, falo de lastro. Emocional, mas também e sobretudo, dos automatismos que criamos pela experiência. E de tudo o que se agrega à volta desses automatismos. Sistemas de valores, preconceitos, hábitos. E da forma excessiva e redundante como nos encostamos a esta forma de ser. A todas estas muletas, que se tornam escolhos, pedras numa engrenagem que de outra forma funcionaria mais limpa e saudável, chamo [chamei] sedimentos. Ora, sem tanta necessidade nem tendência para funcionarmos por automatismos viciados o nosso olhar sobre o mundo seria mais amplo. Além dos cinco sentidos haveria mais espaço. A consciência seria mais límpida. E aqui entram outros elementos. E, em circunstâncias muito concretas, a intiução. Um abraço a todos, nuno.

abril 20, 2006  
Blogger jmnk said...

nuno,

entendo esses automatismos sociais e o "lastro" que eles carregam; mas o Homem também não se deve reger por automatismos naturais, porque precisamente ele não é um ser natural.

(jmnk: ignorante, culto, absurdo e pós-moderno)

abril 20, 2006  
Blogger anarresti said...

Há algo que eu não disse porque é demasiado óbvio: o homem rege-se pela sua vontade. Toma decisões. Mas deve ter a consciência de que a razão comporta armadihas. Fazer um scrool nestes comentários mostra isso mesmo. E, no sentido, do teu último comentário, jmnk, deve ter consciência também que os seus automatismos [a palavra natural parece-me escorregadia] também comportam armadilhas. E somos sugestionáveis. e gostamos muito de ser impressionados e de nos maravilhados. Uns por tudo e por nada. Outros quase exclusivamente pela razão. Mas a maior parte pelo óbvio.

abril 20, 2006  
Blogger anarresti said...

oops, gralha: "de nos maravilharmos", assim é que é.

abril 20, 2006  
Blogger jmnk said...

nuno,
o óbvio foi muito bem entendido, aliás, gosto muito de te entender; mas entre os mecanismos sociais e os automatismos naturais onde é que a vontade do Homem é totalmente livre?

abril 20, 2006  
Blogger ana said...

anonymous, então que agressividade é essa?

nuno (velutha), consideras a intuição um não-automatismo? eu sou um bocado céptica em relação à intuição. se por um lado acho que é uma coisa que pode "existir", que tu podes saber coisas sem saber porque as sabes, por outro nunca sabes quando estás a ter uma boa ou uma má intuição (boa ou má em termos de qualidade).


gosto da pergunta do jmnk "mas entre os mecanismos sociais e os automatismos naturais onde é que a vontade do Homem é totalmente livre?"

ui!

abril 21, 2006  
Blogger anarresti said...

Eu quando falo de armadilhas e de como gostamos de nos maravilhar já é porque pode haver a tendência para dizermos com facilidade demais que determinada percepção é intuição. Como, de resto o mesmo acontece quando [lembras-te de eu falar disso, Ana] quando a nossa percepção, a percepção dos sentidos nos dá informação e não coneguimos perceber como. E a seguir dizemos que o que se passou foi telepatia. Isto não significa que eu ponha em causa nem a intuição nem a telepatia. Até acho que é mais difícil de definir o território da intuição do que o da telepatia. A pergunta, dessa forma acaba por ser interessante. É ou não um automatismo? Primeiro deixa-me dizer-te que a palavra automatismo não tem de ser necessariamente má. Não tem de ter uma conotação negativa. Por exemlo no caso da locomoção. Se na locomoção os movimentos não se baseassem em automatismos, andar seria complicado. É porque se torna um automatismo que resulta tão bem. E há milhares de outras coisas em que funcionamos bem porque se tornam, ou se apoiam em, automatismos. Os automatismos a que me referi no meu primeiro comentário são muito específicos. Perante uma decisão que se tem de tomar as hipóteses são várias. E é com base na experiência, na repetição de casos anteriores que se fazem julgamentos. O que eu penso é que não é bom estar-se prisioneiro do que referi: Sistemas de valores, preconceitos, hábitos. A prova de que há mais pessoas que acreditam que é possível libertar-se destes automatismos é que se lute contrao preconceito. Eu sou um exemplo de que é possível. Consegui ultrapassar alguns preconceitos. E sei que são automatismos que funcionam de forma automática. Perante a situação são despoletados. A intuição é directa. Não necessita de passar pela razão. Mas não necessita de passar pela experiência, por isso não diria que é um automatismo. Porque uma intuição, ou uma percepção dada pela intuição pode surgir quando se é confrontado pela primeira vez com determinada situação. Mas o que é a intuição. Eu não situo a intuição nos domínios do paranormal, da percepção extrasensorial. Antes diria que á a espuma de toda a nossa percepção. E que o soma de toda a percepção e maior que as partes. E que a nossa mente, por vezes, pega nesse excedente e dá palpites. Sim, uso essa palavra. Porque as intuições também se enganam. Não me parece sensato confiar na intuição acima de tudo. Acho que a intuição é um bom tempero. Mas o tempero não é mais importante que o alimento. Quanto a sermos livres é muito fácil de responder. E o exemplo dou-o pela justiça. Começo por contextualizar. Eu tenho noção de que é esmagadora a influência nas minhas decisões, na minha personalidade, no meu imaginário, nos tais automatismos, de muitos factores que não dependem de mim. Mas independentemente do que influencia a minha vontade, a minha vontade nunca deixa de ser a minha vontade. E eu não posso deixar de ser responsabilizado por ela. Se eu mato alguém, pode comrpeender a infulência do meio onde cresci, as circunstâncias, os dias anteriores ao crime, tudo pode ser levado em conta, pode haver atenuantes, mas eu não posso deixar de sre responsabilizado pelo que fiz. E é assim em tudo. Desde decidir coçar a barriga até a roupa que eu compro. Não é desculpa a força da publicidade. A minha vontade, no final é minha. Voltando ao exemplo da justiça, há casos em que se chega à conclusão de que há pessoas, réus que são ininputáveis. E, da mesma forma, na vida eu vejo pesoas que por algum motivo não podem ser responsabilizadas pelos seus actos. A todas as outras, mesmo com a esmagadoras inlfuência que todos os factores externos têm na construção da sua vontade: essa vontade é a vontade de cada um. E cada um é responsável e responsabilizável por essa vontade. E livre. De tomar decisões. Dizer sim e não.

abril 21, 2006  
Blogger jmnk said...

nuno,

em última análise somos responsáveis pelas escolhas que fazemos, como bem descrevestes, mas a pergunta agudiza-se: a liberdade existe num universo regido por leis imutáveis?

abril 21, 2006  
Blogger ana said...

:D

jmnk
mas essas leis não cobrem tudo. há lacunas na legislação...

abril 21, 2006  
Blogger miguel said...

"estou condenado a ser livre" jean-paul sartre - ele não conhecia o mundo da geologia, ainda.
;)

abril 21, 2006  
Blogger jmnk said...

é isso ana... é por aí que eu tb vou; há coisas por onde as leis não entram porque não cabem; no mundo da contigência e do acidente com regras a liberdade ainda existe fruto da necessidade - somos livre porque o que[c]remos ser

abril 21, 2006  
Blogger miguel said...

espera... existe a liberdade de vontade - aquela a que sartre recorrentemente se referia. a liberdade é a base de um acto. eu tenho um pensamento livre que se concretiza num acto. mas também existe o não-acto. o acontecimento inconsciente. aí a responsabilidade não é imputável. exemplo típico: um homem pensa criminosamente por qualquer motivo e ateia fogo com um cigarro aceso a um paiol, provocando enorme explosão - acto.
um homem acaba o seu cigarro e, distraído, atira-o para um paiol, provocando enorme explosão - não-acto. o segundo não agiu, porque a sua "acção" não foi materialização de um pensamento.

ou seja, alto lá que nós não somos responsáveis por tudo quanto fazemos. e não me refiro, obviamente, a responsabilidade legal ou criminal, área em que a negligência é uma forma de acção.

ainda assim, a geologia é bem mais interessante.

abril 22, 2006  
Blogger jmnk said...

a "fiosofia" mineral é estática e intransponível; é contrária da vida, mas para lá caminhamos...[lentamente assim espero]

abril 22, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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fevereiro 07, 2007  

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