segunda-feira, abril 17, 2006

pascoela - 1

as religiões respondem a algumas necessidades.

se nos ausentamos da religião quem devemos escolher para satisfazer essas necessidades? ou podemos simplesmente extingui-las? e devemos?

a necessidade do sagrado existe?

3 Comments:

Blogger ana said...

pirata, não encontras nada de positivo nas religiões?

não reconheces em ti a necessidade de que exista algo de uma categoria diferente ao que encontras todos os dias no supermercado?

abril 18, 2006  
Blogger BM said...

O que há de positivo nas religiões organizadas é evitar que uma sociedade caia na anarquia, fornecendo uma regra de conduta moral ou uma validação de determinados valores a um grande número de pessoas que de outra forma não conseguiriam encontrar um sentido na existência, e penosamente desenvolver uma ética moral própria (no fundo todos nós, mais ou menos, somos incapazes disso e de alguma forma recorremos a uma ou outra ideia, que é religiosa por natureza).

Eu penso que a religião, o misticismo, o sagrado, nas suas imensas formas e manifestações são inatos à espécie humana, e a ideia do sagrado nunca desaparecerá, pelo menos do Homem como o conhecemos. A nossa evolução enquanto espécie foi extraordinária a nível das capacidades intelectuais, de racionalização e de abstracção. Mas noutros níveis não foi assim tão grande. O nosso sistema límbico primário, e as nossas mais profundas emoções, medos, prazeres e perversões não são assim tão diferentes da dos nossos primos primatas, pelo que o nosso cérebro evoluiu a diferentes velocidades. É por isso que, a par de realizações culturais e intelectuais tão sublimes, podemos passar dum momento para o outro para o controlo das emoções e instintos mais "primitivos". Deste conflito nasce a necessidade dum amparo, duma redenção, dum sentido. E uma vez que sempre existirão perguntas sem resposta objectiva, sempre existirá essa necessidade.
A religião é a projecção colectiva desse sentimento, mas só se torna essencial na medida em que se vive em sociedade, tal como a lei. E na verdade, em quase todas as civilizações (de que a Ocidental é uma excepção), ambas se confundem: a lei e a fé. É preciso ter fé para acatar uma ordem social estratificada e obedecer a leis e ritos que mantêm cada um no seu lugar.
Mas essa é a religião organizada. A mim parece-me que o desejo do sagrado e do transcendente não precisa de religião organizada, apenas dum homem a olhar para o mundo...

maio 02, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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fevereiro 05, 2007  

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