mondrian ou uma consequência de estar mal disposta?

Hoje é assim que me sinto
O que não é esclarecer muito eu sei.
Há alturas em que não consigo dizer absolutamente nada de concreto (pois, lc, tu despertas em mim a maior das verborreias, os monólogos dialogados e nunca deves ter apanhado uma altura destas) e me apetece mostrar um papel qualquer com um desenho e dizer: é mais ou menos que vejo quando fecho os olhos.
O que quererá dizer este quadro branco com umas riscas pretas e um quadradinho amarelo jogado para um canto?
Não gostava nada de mondrian até passar a gostar muito. Sabe-me bem de vez em quando, nos meus intervalos, talvez sejam os meus intervalos assépticos, aqueles em que no meio de tanto excesso de figura e palavra, me apetece um silêncio “de qualidade” (ih! que pseudo!).
Alguns dos quadros dele simplificam-me mais a cabeça do que um vasto prado com vacas a pastar. Estão ali, e são simples, e são bonitos, e não têm presunções, parece-me.
Na verdade devia talvez estudar alguma história de arte para perceber, mas depois podia tirar-me aquela pica de eu poder fantasiar o que quer que fosse com os quadros que vejo (como quando não sabemos ao certo a letra de uma determinada música e a inventamos a nosso belo prazer).
Quando olho para os quadros do mondrian sinto que nunca me vou fartar deles. O que é de facto uma sensação um bocado asséptica, mas há alturas em que é isso que me apetece.