segunda-feira, dezembro 05, 2005

FAQ - 3

fotografia de Giacomelli

"AB: Um professor meu dizia-me que a arte contemporânea tem 3 grandes temas: o sexo, a religião e a morte.
CD: Ou seja o que se quer o que não se quer e o que não se evita ...
EF: Qual deles é qual?"

13 Comments:

Blogger jctp said...

Eros, Tanatos e Asclépio.

Não sei se Asclépio, o velho Asclépio, deus grego da medicina, assenta bem na religião. Mas tendo em conta que etimologicamente psiquiatria significa “cura da alma”, o que vem afinal a ser a religião senão uma forma de medicina. Há quem diga o mesmo da arte.

Há também quem diga que todas estas coisas podem ser sublimadas e metamorfoseadas em outras. Pois que o sexo se pode transmutar em amor, a morte em vida e a religião em arte. Como dizia o Torga: Deus é pura poesia.

Embora todos estes processos metamorfoseantes do ser e das coisas pareçam ir contra os tempos modernos que insistem na coisidade das coisas ou as dissolvem no conforto vazio da demagogia pós-moderna.

dezembro 05, 2005  
Blogger ana said...

gostei desse potencial de metamorfose e sublimação, e acredito nesse papel terapeutico da arte.

o que é a coisidade das coisas?

o conforto é um problema, acredito. no livro que estou a ler a qualidade da vida sexual de uma das personagens (que até era o paul gaugin) era inversamente proporcional ao conforto da sua vida.

dezembro 05, 2005  
Blogger jctp said...

Andas a ler O paraíso na outra esquina?

:)

dezembro 05, 2005  
Blogger anarresti said...

Com este post, confesso, fiquei confuso, sorridente e com vontade de te dar um abraço... a p e r t a d o !

dezembro 05, 2005  
Blogger ana said...

jctp: sim, ando! ;-b já leste portanto! (e gostaste, suponho)

nuno, venham daí esses ossos!

dezembro 06, 2005  
Blogger ana vicente said...

O que eu gosto é da pergunta final, do/a EF.

Esses são os grandes temas da arte, parece-me, contemporânea ou não. Antes, dizia-se amor, Deus e morte. Ainda não se arranjou um novo nome para a morte?

dezembro 06, 2005  
Anonymous Anónimo said...

A maneira mais fácil de viver é conjugar as três coisas num só conceito, a saber:
Por amor de Deus!, a morte que se foda!!!

dezembro 06, 2005  
Blogger ana said...

eheh, grande doris!

dezembro 06, 2005  
Blogger Tiago Mendes said...

a religiao so' existe porque existe a morte, logo ha um problema de causalidade aqui

o sexo so' existe pq existe a morte. se nao houvesse necessidade (biologica, original, nao pensemos em hoje), nao havia sexo.

logo, a morte e' a verdadeira e un(ic)a causa de tudo.

dezembro 06, 2005  
Blogger jctp said...

Na verdade, não li O paraíso na outra esquina.

Digamos que o conheço de vista. Nada de grandes intimidades.

dezembro 07, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Tiago: podes sempre definir coneitos pela afirmação ou pela negação. eu prefiro pensar na morte como a não-vida e na vida como a causa de tudo incluindo a morte, incluindo o medo da morte. A mim é a vida, não a morte, que me move! Porque como me dizia o Viriato um destes dias: 'porquê preocuparmo-nos com um acontecimento de probabilidade 1? Não vale a pena.'

E não vale mesmo, já a vida não tem probabilidade um, logo aí, estar viva, é causa pra mim de grande sentimento de sorte e formigueiro na ponta dos sentidos...

dezembro 07, 2005  
Blogger jctp said...

Também há quem diga que não fazemos sexo por causa da morte, mas que morremos por causa do sexo. Daí a associação inconsciente entre o pecado original e a sexualidade, apesar de não aparecer directamente no texto que o inventou. E nesse sentido Eva teria sido a tentação de Adão, tal como Adão teria sido a tentação de Eva. Deus criou-os e disse-lhes: Tendes a possibilidade de usufruir dos prazeres da carne, se o fizerdes, morrereis. Se resistirdes, vivereis para sempre e sereis deuses.

Não resistiram.

Do alto da sua eternidade, Deus julgou ouvir uma voz vinda das profundezas mortais da humanidade que dizia: “Descobriram a verdadeira vida.” Seria talvez a Serpente, que naquela altura tudo gostava de observar e comentar. Deus sorriu-se, e pensou para si próprio, num misto de tristeza e alegria, que talvez, talvez andássemos todos ao engano.

dezembro 07, 2005  
Anonymous Anónimo said...

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outubro 07, 2006  

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