quinta-feira, setembro 22, 2005

salas de fumo vs salas de mofo - 1

em resposta ao pedro esta foi a minha educação de esquerda:

"O Senhor age como um homem que, tendo de fazer longa viagem fora do seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. Depois de dar cinco talentos a um; dois a outro e um a outro, segundo a sua capacidade, partiu imediatamente. Então, o que recebera cinco talentos foi-se, negociou com aquele dinheiro e ganhou outros cinco. O que recebera dois, da mesma sorte, ganhou outros dois; mas o que apenas recebera um, cavou na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo. Passado longo tempo, o senhor daqueles servos voltou e os chamou a. contas. Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo. - Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que lucrei. Respondeu-lhe o amo: - Bem está, servo bom e fiel, já que foste fiel nas coisas pequenas, dar-te-ei a intendência das grandes. Entra no gozo de teu Senhor. O que recebera dois talentos, apresentou-se a seu turno e lhe disse: - Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. E o amo: - Servidor bom e fiel, pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras. Compartilha da alegria do teu senhor. Veio em seguida o que recebera apenas um talento e disse: - Senhor, sei que és severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste, por isso, como tive medo de ti, escondi o teu talento na terra; eis, aqui tens o que é teu. O homem, porém, lhe respondeu: - Servidor mau e preguiçoso, se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence. E prosseguiu: Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos, porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens. Quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter" ( Mateus, 25 :14 a 30 ).

(se estiver em brazileiro, descontem... era o que estava na net)

8 Comments:

Blogger T. M. said...

e' de facto um excerto muito "cristao"... dp ha' aquele do "mais facilmente entra um camelo numa agulha q um rico no reino dos ceus" e por ai adiante. se vamos falar de biblias e religioes, e' melhor desligar-me...

setembro 22, 2005  
Blogger T. M. said...

so' mais umas achegas:

1) nao e' referida a forma como o dinheiro foi multiplicado

2) nao e' referido que a multiplicacao do dinheiro envolve riscos. o que aconteceria se o que tivesse investido perdesse tudo e nao tivesse nada para dar ao mestre? tinha tido iniciativa mas tinha falhado. pensem em qts negocios vao abaixo e como nos NAO sabemos deles, por um problema de "seleccao amostral": so os que sobreviveram e' que ficam. e se um tivesse ganho 10 e outro 0?

3) e a "sorte", que para isto tb conta, como e'? e se ambos "merecessem" ter ganho 10, dado a forma que investiram, mas um tivesse perdido tudo e outro ganho? seria justo o "salvador" encarar o merito deles da mesma maneira?


4) que condicoes e' que tinham os tres homens? sera que o q investiu era rico e se falhasse ainda tinha forma de alimentar a familia? sera que o q nao arriscou apenas quis mostrar ao "mestre" q nao tinha "greed"?

5) onde fica a linha entre o pecado mortal da "ganancia" e o muito eficiente desejo de criar riqueza?

quando se simplifica, como nas parabolas da Biblia, nao se vai muito longe. Alias, a Biblia em si e' um poco de contradicoes e pode servir para tudo e mais alguma coisa. so' ha 2 coisas inabalaveis: a frequencia da palavra "temor" e o horror a tudo o que seja "natural" - nomeadamente o que diga respeito a sexualidade (e entao a "fluidos")

falar de "risco", de comportmentos em situacoes de risco, probabilidades subjectivas e objectivas, e seleccao amostral, era muito precoce para a epoca. e entao para os iluminados escribas, de seu nome apostolos e afins

eu percebo o ponto do teu texto, mas certas citacoes causam-me uma brutueja figadal e dp por ai acima, ate' chegar aos dedos e por-me a teclar. e eu que ja tinha desistido de falar de religiao ha mais de 5 anos! honra seja feita 'a menina Ana! :) :)

setembro 22, 2005  
Blogger T. M. said...

pq e' obvio q se nao houvesse risco no investimento, e se o pobre homem q enterrou o dinheiro nao "temesse" q o senhor o achasse "greedy" por querer multiplicar o dinheiro, ele tb o teria investido!!! a nao ser q ele nao estivesse "informado" acerca das oportunidades de investimento. nesse caso, talvez o que ganhou dinheiro devesse ser castigado por nao ter informado o seu "irmao", ou nao e' a biblia q diz "amai os outros como a ti mesmo?". logo, se multimplicas o "teu" dinheiro, ajuda tb os outros a multiplicar o seu.

grrrrrrrrrrrrrrrrr.

setembro 22, 2005  
Blogger ana said...

bem t.m., isto é mm um ponto sensível, eihn?

eu cá tenho muita coisa contra a religião mas tb muita a favor.

esta parábola tem as falhas que tem, afinal não é suposto ser um tratado sobre investimento.

acho, sim, que pretende ser um pontapé no cu para quem não quer arriscar na vida.

e para as pessoas assumirem o que têm, e sentirem-se responsáveis por isso.

a mim mete-me impressão logo no início ele não dar as mesmas oportunidades a todos, isso sim!

setembro 22, 2005  
Blogger jctp said...

Cada um escreve como pode e como sabe. O Mateus, filho de Alfeu, ao que consta, era cobrador de impostos em Cafarnaum, mexia em dinheiro, e aquilo entrou-lhe na cabeça, tomou-lhe conta do cérebro e vai daí, que isto quem conta um conto acrescenta um ponto, o senhor Mateus Levi para dizer uma coisa tão "simples" como esta: "dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens. Quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter", inventou uma história, e como a imaginação é filha da vida, a inspiração, está claro, foi buscá-la à vida que levava antes de ter conhecido Jesus, que, diga-se de passagem, lhe deu cabo da fortuna, mas como lhe deve ter prometido fama e glória, o nosso pobre Mateus, fazendo contas de cabeça, que era coisa a que já estava habituado, lá deve ter pensado que uma coisa compensava a outra. E sem mais delongas lá seguiu o homem a que agora chamava mestre, qual Sancho atrás de Quixote, imaginando que, apesar da aparente insensatez deste andante cavaleiro, era bem capaz de ter feito um bom negócio e um bom investimento.

Claro que isto que o Mateus conta assim pode ser contado de muitas outras formas. Tomé, por exemplo, que frequentou escolas mais orientais, talvez a oriente do oriente, di-lo apenas assim:

"Quando o tiverdes gerado em vós,
o que é vosso vos salvará;
se não o tiverdes em vós,
o que não tendes em vós vos matará"

setembro 22, 2005  
Blogger ana said...

o tomé é bem mais simples.

essa forma de descreveres o mateus fez-me lembrar o teu "margarida e o mestre"

e que pensas tu de todas esses conselhos?

setembro 22, 2005  
Blogger Tiago Mendes said...

mto interessante o q contas, jmnk. nao sabia q ele era cobrador de impostos, isso ajuda a contextualizar...

ana: sim, eu concordo contigo, e muito! acho q o mal dos portugueses e' nao arriscarem e nao quererem responsabilizar/se pelas suas escolhas... ou pela ausencia delas! e' o tal "medo de existir" de q falava o filosofo.

e sim, e' um ponto sensivel. apesar de concordar contigo e com o ponto geral da historia, nao a consigo tirar do contexto e de referir a parafernalia de contradicoes e idioteiras sobre a ql esta religiao cresceu.

just that.

setembro 22, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Enjoyed a lot!
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agosto 08, 2006  

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