segunda-feira, dezembro 12, 2005

Adolescência

"Não há muita angústia, apenas consumismo desenfreado"
isto disse/escreveu o Tom Freston, presidente/ex-presidente da MTV sobre os adolescentes.
Neste momento estou apenas "preocupada" com a minha sobrinha mais velha, 12 anos no bucho.

aconteceu no outro dia uma coisa estranha, que me levou a pensar que aí está ela, a adolescência. pela primeira vez ela chegou a casa dela, onde eu estava, e em vez de me bombardear com as coisas dela, foi enfiar-se no quarto. medo, muito medo. tanto medo que fui a correr atrás dela...

"preocupada" entre aspas porque não é bem uma preocupação séria, a miúda é gira, tem imaginação, sei que é robusta. mas a adolescência é tão difícil... ai! torço os dedos, e penso em traçar um plano... oferecer-lhe cds dos clã, jorge palma ou levá-la ao concerto dos dzrt ;-b ?

na verdade é díficil de lidar com isto. alguém me quer oferecer um guia para tia de adolescentes?

7 Comments:

Blogger ana vicente said...

Aquilo que podemos esperar de um adolescente é que se porte mal. Pelo menos aos nossos olhos. Eu gostava de me ter portado muito mal na adolescência. O máximo que fiz foi fumar uns charros e baldar-me a umas quantas aulas.

O resto é bem conhecido! A adolescência é uma crise. E é uma crise boa, só que custa a passar. Todas as crises são boas e todas custam a passar. Por isso, o meu conselho em relação à tua pequena sobrinha mais velha é confia. Abre o olho, mas confia. O mais grave na estrutura dela já está consumado. Dizem que até aos três anos... outros dizem oito. Mas já passou. Respira fundo.

Outra coisa extraordinária é que nós (neste caso, tu) já estás fora! já não entras naquele mundo nem que peças ao senhor. Mas há uma vantagem em ser cota: há muito mais na vida. E pensa bem se é assim com a mais velha imagina com os mais pequenos rebentos... A linguagem é outra. E, embora nós sejamos a geração que adopta tudo, eles vão achar que o mundo sempre foi assim.

dezembro 12, 2005  
Blogger ana said...

sim, eu confio nela, o que não quer dizer que não vá esforçar-me por lhe fazer sentir que estou por perto.


"E, embora nós sejamos a geração que adopta tudo, eles vão achar que o mundo sempre foi assim. "
não percebi...explicas?

dezembro 12, 2005  
Blogger ana vicente said...

ok, vou tentar explicar.

nós somos a geração que adoptou tudo de novo, com uma perna atrás das costas. internet, telemóveis, multibanco, internet outra vez. não somos o bum do consumo como a geração anterior. somos o bum do know-how, da barra magnética, do google, dos blogs.

Os miúdos, pelo contrário, já nasceram com aquilo. não conhecem a cena por dentro. não estão a ver a dimensão. nós, embora o tivéssemos feito com uma perna atrás das costas, sabemos que antes da play station, havia era um gravador de cassetes para pôr um jogo no 48k, e que às vezes tínhamos de esperar dias até conseguirmos contactar uma pessoa. Os miúdos por isso mesmo estão mais expostos... nós somos a geração da selecção. Esse é o nosso trabalho para eles...

Basicamente o que quero dizer é: "se tu soubesses o que eu sei" ou "quando chegares à minha idade vais perceber".

às vezes, só precisamos de um argumento de autoridade.

dezembro 12, 2005  
Blogger ana said...

ehehe
pois, entendo agora. nós ainda somos do tempo em que...

bom, de qq forma o que eu quero não é puxar galões mas pagar-lhe meias de leite (belo trocadilho, auto-chuack!)

dezembro 12, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Eu levei a minha irmã mais nova a ver o bon jovi no cinema e ainda hoje nos rimos.
E o nosso irmão mainovoemailindo que agora tem uns 15 anos agri-doces foi ver o rapper 50 cent porque a minha irmã o levou.

Não sei qual o manual de tia de adolescente mas como Mana velha de adolescente posso dizer-te que não vou contra a corrente, nado com ela e às vezes tento só abrandá-la um pouco.
Estou sempre a dizer-lhe o quanto ele é e será sempre o nosso mano adorado. Goste de hip hop, de david mathews band...
Levei-o a ver kusturica e ele ficou fã mas também já fui com ele ver filmes que ele escolheu e quem acabou por gostar fui eu. Não lhe quero ensinar nada, não no sentido de Eu é que sei, mas sim partilhar. Dar e receber. Respeitar o espaço dele e deixá-lo crescer à sua imagem (às vezes também me afasto para não partir para a "estalada", que a adolescência aguda pode irritar, mas respiro fundo e pumbas já está. os meus 28 anos permitem-me isso, respirar fundo!)

dezembro 12, 2005  
Blogger ana said...

obrigada pelo exemplo querida sandera. eu sou a mana mais nova, nunca tive essa experiência...

dezembro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

This is very interesting site...
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agosto 10, 2006  

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