"Que é para ti o que há de mais humano? Poupar alguém à vergonha.
Que é o selo da liberdade alcançada? Nunca mais nos envergonharmos de nós próprios."
Nietzsche
li isto ontem. gostei muito, gostei tanto. nunca tinha pensado na liberdade desta forma. não imagino que seja possível gostarmos de fazermos tudo como gostariamos, não acho que seja possível viver na certeza que se está a fazer o melhor possível. talvez nem seja assim tão desejável tamanha pressão. mas afastar a vergonha de termos errado, isso sim, faz-se.
5 Comments:
ontem em conversa, dizia-me uma amiga (pelos vistos parafraseando-me) que ela era a maior inimiga de si própria. Que já não se tratava de super-ego, ego ou id (anda a ler muito Freud). Era mesmo ego contra ego... achei piada.
Quanto ao Nietzsche (santinha), nem parece dele assumir um conceito como vergonha. E convém não esquecer que o senhor era pelo "super-homem" e não pelo humano. Uma das primeiras obras chama-se Humano, demasiado humano e eu até acho que ele era a favor de umas boas humilhações. De qualquer modo, percebo o que queres dizer e todo o caminho é feito pela antecipação do arrependimento (pelo menos assim pensavam uns quantos sujeitinhos de barba alemães e outros tantos senhores da igreja). O Nietzsche (santinha) nem tanto.
Eu cá acho vergonha uma palavra feia. Muito feia. Quase tão feia como culpa. Não leva a lado nenhum, a não ser quando experimentada em antecipação.
pois, eu cá não conheço muito de Nietzsche (santinha), só li estas e mais umas frasesitas.
vergonha é uma palavra feia, e culpa também, mas isso não quer dizer que as pessoas não as sintam, principalmente à posteriori
acho que a questão é vergonha de quê e culpa de quê.
se formos mais construtivos, metade das coisas que nos envergonham ou nos fazem sentir culpa tv passem a fazer parte das coisas que nos orgulhamos.
e está dito, sem espirros alheios!
Caro Pedro, não sei em que parte das minhas palavras leste que o Nietzsche era nazi.
Isso é treta, como bem disseste. Coisas mal compiladas e espartilhadas e mal tratadas, como a maior parte dos filósofos que aparecem sempre por aí nos compêndios do secundário e nos guias de leitura. O perigo de Nietzsche para mim não assenta nessa sombra do nazismo.
A única forma de falarmos aqui de Nietzsche é não falarmos, por isso faço mea culpa. Interessa mais aquilo que o post queria dizer do que propriamente o que o senhor queria dizer.
Só para esclarecer uma coisa, correndo o risco de ser arrogante: li Nietzsche na adolescência e, claro, como todos os adolescentes, fiquei fascinada pela poética e pela força das suas imagens. Depois cresci e já não fiquei tão encantada e aborreceu-me o mau português das traduções. Ao mesmo tempo, fui para Filosofia e apercebi-me que a maior parte das coisas que nos tentam vender acerca dos filósofos são tanga e de muito má qualidade. Por isso, louvo o teu conselho: não há nada como ler a obra original. De preferência, na língua original.
Mas, sem arrogâncias, é óbvio que ter ido para um curso de filosofia fez-me criar alguma distância e cinismo em relação ao uso comum das obras dos filósofos e dos próprios filósofos. No entanto, consegui superar o trauma e agora não quero de todo saber quem foi o Nietzsche nem o que disse, sem ser em relação real com a minha vida - a única forma de leitura possível da obra filosófica. Agora também me interessa mais o que a Ana, ou tu, tem para me dizer. Por isso, mea culpa, peço perdão (sem ironia) ter vindo falar da obra do homem. Devia estar a tentar impressionar - shame on me!
:D
e não é que o pedro disse qq coisa séria? pedro, estarás doente?
bom, eu tb acho que o que eu queria dizer é bem mais interessante que o niet-chim!
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