segunda-feira, dezembro 12, 2005

mais um espirro alheio...

.. que exprime a guerra entre a camponesa russa que há em mim e a sub-urbana que sou!


"ficaria, por fim, ainda em aberto a grande questão de saber se nos seria possível dispensar a doença, mesmo que para desenvolvimento da nossa virtude, e de saber se, sobretudo, a nossa sede de conhecimento e de autoconhecimento não necessita tanto da alma doente como da alma sã; em suma, se o querer exclusivamente ter saúde não será um preconceito, uma cobardia, e talvez um vestígio da mais subtil barbárie e atraso."

Nietzsche

12 Comments:

Blogger ana vicente said...

"O homem que vê mal vê sempre menos do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal ouve sempre algo mais do que aquilo que há para ouvir."

Nietzsche

dezembro 12, 2005  
Blogger ana said...

ui, de espirro em espirro?

eehehe

pois, então mas mas, e então ? ai. mas ver e ouvir não são a mesma "coisa"?
eu acho que vejo e ouço mal.

dezembro 12, 2005  
Blogger ana vicente said...

era só para sublinhar a primeira citação. Ser doente, deficiente, em falha, faz-nos querer ver mais além. Era só isso.

Não acredito que a doença possa ser suprimida, porque sem dor não seríamos humanos. É claro que sim, que o constipado sabe do que está a falar. O problema é o que vem a seguir dos seus raciocínios. É terreno certo para resfriado e quiçá pneumonia.

dezembro 12, 2005  
Blogger jctp said...

Parece que a Ana Vicente não gosta lá muito de Nietzsche.

Eu sabia que ela também tinha que ter defeitos.

:)

E porque estamos no Natal, ofereço-te uns livrinhos do Nietzsche.

:)

dezembro 12, 2005  
Blogger jctp said...

A oferta é para a Ana, que disse que não conhecia muito do Niezsche. Queres ver que eu ainda vou ser mal interpretado, e levar pancada de todos os lados. Como o Nietzsche(?).

:)

dezembro 12, 2005  
Blogger ana vicente said...

Apanhaste-me jctp. Pronto, eu confesso. Embirro com o homem!!!!!!

Não só porque a obra foi abusada e maltratada, não só porque tudo o que é adolescente fala do Nietzsche como se fosse o Robbie, não só porque ele era apenas um homem doente e triste [factores obtusos e meramente emocionais], mas principalmente porque, embora ache que ele tenha problematizado muito bem, a "solução" que propõe repudia-me [factor racional].

Os meus defeitos são também as minhas virtudes. Tenho as obras completas do homem... e ele é muito bom, é extraordinário, mas não o suficiente. E nesse espaço ficou o grrrrrrrrr que lhe lanço.

dezembro 12, 2005  
Blogger anarresti said...

ó que caraças! e que tal um bocadinho de bom senso? nós combatemos a doença, é natural. a do corpo e a da mente. evoluimos imenso enquanto temos de lidar com o facto de estarmos doentes. evoluimos imenso porque, em determinados momentos conseguimos descobrir uma cura para determinada maleita. mas pensar numa humanidade sem defeitos é irrealista. o que é a evolução senhores? como se processa a evolução? voltemos a darwin...

dezembro 12, 2005  
Blogger jctp said...

Bom, o melhor livro que conheço sobre Nietzsche é o Nietzsche e a filosofia, do Gilles Deleuze, editado em Portugal pela Rés. Claro que, no fim de contas, acaba por ser um livro mais sobre o Deleuze do que sobre o Nietzsche. Mas suponho que também é por isso que gosto dele.

É o meu conselho de leitura para estas noites frias.

:)

dezembro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

meus adorados suburbanos: vocês não levam hífen, pá...

dezembro 13, 2005  
Blogger ana said...

jctp, obrigada pelas sugestões e pelas prendas.

ana vicente, aconselhas algum filosofo que seja de leitura acessível a esta doce engenheira?(espinosa não consegui)

viriato: a camponesa é a minha parte saudável, a suburbana (sem hifen, agora sim, estamos no caminho da verdadeira comunicação, pá) é a parte que gosta de aspirar o fumo do escape

veluta, obrigada pela tua resposta. acho que o que o niet-coiso queria dizer é que demasiada limpeza mental, ou demasiada obcessão pela saude nos afasta de parte da panóplia de coisas que podemos sentir. e é claro que não temos que andar pela vida a tentar experimentar tudo o que podemos sentir, mas também nos devemos deixar a liberdade para experimentar um pouco do não saudável. onde está o risco é que é difícil de decidir.

dezembro 13, 2005  
Blogger ana vicente said...

Eu cá não aconselho filósofo nenhum a ninguém. Mas se tivesse de ser... se tivesse mesmo de ser... começavas com um bocadinho do witt. Depois, um pouquito de Platão aos pedaços. Vai daí talvez o Agostinho q.b.
E muito cuidado com o Kierkegaard... podia estragar a receita.

dezembro 13, 2005  
Blogger ana said...

esse bocadinho do witt tem nome? ´(ou seja, que livro aconselhas?)

dezembro 13, 2005  

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