mas gosto mais ainda do "quero ter que".
sábado, abril 29, 2006
segunda-feira, abril 24, 2006
disponibilidade versus personalidade
quem canta esta letra, quem a sente, quem se disponibiliza a dar isto, tem um ego forte ou um ego fraco?
"If you want a lover
I’ll do anything you ask me to
And if you want another kind of love
I’ll wear a mask for you
If you want a partner
Take my hand
Or if you want to strike me down in anger
Here I stand
I’m your man
If you want a boxer
I will step into the ring for you
And if you want a doctor
I’ll examine every inch of you
If you want a driver
Climb inside
Or if you want to take me for a ride
You know you can
I’m your man"
Leonard Cohen, I'm your man
sexta-feira, abril 21, 2006
o estranho mundo do jafectos
podemos gostar dos nossos pais não gostando daquilo que somos?
podemos gostar do que somos e não gostarmos dos nossos pais?
podemos gostar do que somos e não gostarmos dos nossos pais?
quarta-feira, abril 19, 2006
"What gives, what helps the intuition?"*
a intuição é apenas a porosidade do subconsciente, não?
acho que o meu é bastante estanque.
acho que o meu é bastante estanque.
*Leslie Feist, the intuition
terça-feira, abril 18, 2006
segunda-feira, abril 17, 2006
parabéns!!!
"Vou viver
Ate quando eu não sei
Que importa o que serei
Quero é viver
Amanhã
Espero sempre um amanhã
E acredito que será
Mais um prazer
A vida é sempre uma curiosidade
Que me desperta com a idade
Interessa-me o que está para vir.
E a vida
Em mim é sempre uma certeza
Que nasce da minha riqueza
Do meu prazer em descobrir
Encontrar, renovar, vou fugir ao repetir"
António Variações para a Ana Vicente, uma grande humana
pascoela - 2
a força dos martires:
morrem porque não têm medo, não têm medo porque acreditam.
são a prova dada de que há ideias mais fortes que o medo da morte.
morrem porque não têm medo, não têm medo porque acreditam.
são a prova dada de que há ideias mais fortes que o medo da morte.
pascoela - 1
as religiões respondem a algumas necessidades.
se nos ausentamos da religião quem devemos escolher para satisfazer essas necessidades? ou podemos simplesmente extingui-las? e devemos?
a necessidade do sagrado existe?
se nos ausentamos da religião quem devemos escolher para satisfazer essas necessidades? ou podemos simplesmente extingui-las? e devemos?
a necessidade do sagrado existe?
quinta-feira, abril 13, 2006
e depois dizes que é pecado!
deus criou o mundo em 7 dias, dizem.
valentão eihn?
então e as fábricas para produzir as 3033 marcas de shampoos, 20428 tipos de telemóveis, 50000 materiais de construção, 34832 tipos de veículos de transporte, 33478924 sombras-batons-vernis-bases-e afins, 45827 peças de roupa para cada estação, 332781 materiais informáticos, dos computadores aos leitores de mp3, 37269182 materiais de papelaria, 8374629 gadgets vários para entreter os meninos e as meninas, senhores e senhoras, 37286937 materiais de apoio à arte discográfica e cinematográfica, etc etc. isso deixaste para nós não é preguiçoso? ah!
valentão eihn?
então e as fábricas para produzir as 3033 marcas de shampoos, 20428 tipos de telemóveis, 50000 materiais de construção, 34832 tipos de veículos de transporte, 33478924 sombras-batons-vernis-bases-e afins, 45827 peças de roupa para cada estação, 332781 materiais informáticos, dos computadores aos leitores de mp3, 37269182 materiais de papelaria, 8374629 gadgets vários para entreter os meninos e as meninas, senhores e senhoras, 37286937 materiais de apoio à arte discográfica e cinematográfica, etc etc. isso deixaste para nós não é preguiçoso? ah!
quarta-feira, abril 12, 2006
emotional stretching
"Stretching is the activity of gradually applying tensile force to lengthen, strengthen, and lubricate muscles, often performed in anticipation of physical exertion and to increase the range of motion within a joint. Stretching is an especially important accompaniment to activities that emphasize controlled muscular strength and flexibility, such as ballet, acrobatics or martial arts." (in Wikipedia)
terça-feira, abril 11, 2006
a auto-comiseração em doses moderadas
que fazer quando se acorda com o coração apertado, como se fosse exprimido contra um vidro:
tomar um café forte
ouvir shakira e ver a moça a dançar e os fugees a cantar (obrigada inf)
repetir para dentro que o roman prodi ganhou as eleições (apesar de ser incrível como foi por tão pouco)
repetir internamente a imagem do nascer do sol de hoje sobre o rio, e que tenho que comprar uma sombra pros olhos daquela cor
pronto, deixar-me dar uma choradinha terapeutica para depois continuar a escrever no blog
ver o blog de uma amiga e o seu bebé lindo em cima de uma flor, nectar puro de ternura
rir-me por ser tão tonta e saber que lá para a tarde vou estar bem, até porque tudo ficar relativizado com a tortura da depilação que me espera.
mas enquanto isto dura, dançar, abanar isto por dentro, desconjuntar o mal como se de um frágil puzzle se tratasse e pensar que tenho que aprender a fazê-lo como a shakira
tomar um café forte
ouvir shakira e ver a moça a dançar e os fugees a cantar (obrigada inf)
repetir para dentro que o roman prodi ganhou as eleições (apesar de ser incrível como foi por tão pouco)
repetir internamente a imagem do nascer do sol de hoje sobre o rio, e que tenho que comprar uma sombra pros olhos daquela cor
pronto, deixar-me dar uma choradinha terapeutica para depois continuar a escrever no blog
ver o blog de uma amiga e o seu bebé lindo em cima de uma flor, nectar puro de ternura
rir-me por ser tão tonta e saber que lá para a tarde vou estar bem, até porque tudo ficar relativizado com a tortura da depilação que me espera.
mas enquanto isto dura, dançar, abanar isto por dentro, desconjuntar o mal como se de um frágil puzzle se tratasse e pensar que tenho que aprender a fazê-lo como a shakira
segunda-feira, abril 10, 2006
quinta-feira, abril 06, 2006
homeostasia
quantas palavras teremos que dizer para nos esvaziarmos de tudo o que não queríamos ter ouvido?*
quarta-feira, abril 05, 2006
"e não nos devemos esquecer que quando cores vivas como o azul e o amarelo se misturam nos nossos olhos, misturam-se também naquilo que pensamos"
virginia woolf, orlando
terça-feira, abril 04, 2006
segunda-feira, abril 03, 2006
“ (...) O único recurso que nos resta é olhar pela janela. Vemos pardais; vemos estorninhos; vemos algumas pombas e uma ou duas gralhas, todos ocupados com o que lhes diz respeito. Um procura uma minhoca, outro um caracol. Um voa para um ramo, outro dá uma corridinha pela turfa. É então a vez de um criado atravessar o pátio. Usa um avental de baeta verde e é provável que esteja envolvido em alguma intriga com uma das criadas, mas, dado não possuirmos provas nesse sentido, só podemos deixar as coisas tal qual elas estão. Espessas ou leves, as nuvens vão passando, alterando a cor da relva. O relógio de sol marca as horas através daquela forma misteriosa que o caracteriza. Mole, sem qualquer objectivo preciso, o espírito começa a formar uma ou duas perguntas a respeito desta vida. A vida canta, ou melhor, zumbe, como se fosse uma chaleira de água a ferver. Vida, vida, que és tu? Luz ou sombra, o avental da baeta do criado ou a sombra do estorninho projectada na relva?
Numa manhã estival, quando todos admiram a flor da ameixeira e a abelha, partamos então à sua descoberta. A assobiar ou a cantarolar baixinho, perguntemos ao estorninho (ave bastante mais sociável que a cotovia) que pensará ele quando vasculha no caixote do lixo, e, por entre os gavetos, encontra alguns fios de cabelo do ajudante do cozinheiro. Encostemo-nos ao portão da quinta e perguntemos o que é a vida. Vida, vida, vida!, canta a ave como se nos tivesse ouvido. É que ela sabe ao certo o que significa este hábito maçador de fazer perguntas a torto e a direito, quer dentro quer fora de casa, e de desfolhar malmequeres, o que acontece com frequência aos poetas quando não sabem o que dizer. «Então», pensa o pássaro, «perguntam-me o que é a vida; Vida, vida, vida!»
Depois, avancemos devagar pelo caminho que leva à charneca e alcancemos uma colina violeta. Atiremo-nos ao chão e sonhemos; vemos um gafanhoto transportar uma palhinha para casa. E ele diz-nos (se aos ruídos por si produzidos se pode dar nome tão sagrado e terno) que a vida é trabalho, ou pelo menos assim interpretamos os seus cri-cri sufocados pelo pó. As formigas e as abelhas concordam, mas, e se ficarmos aqui deitados o tempo suficiente para interrogarmos as borboletas nocturnas que esvoaçam por entre as pálidas campainhas, elas murmurar-vos-ão ao ouvido os mesmos disparates que ouvimos quando há tempestade e os fios dos telégrafos zumbem: «Riso! Riso!», exclamam as borboletas.
Depois de termos interrogado um homem, uma ave e alguns insectos – já que, e ao que consta, os peixes vivem em grutas verdes e solitárias e não ouvem nem falam (e talvez sejam eles os únicos a saber o que é a vida) – depois de os termos interrogado a todos sem nada aprender, tendo apenas arrefecido e envelhecido (pois não tínhamos nós desejado encontrar maneira de aprisionar num livro algo tão raro e consistente a que poderíamos chamar «o sentido da vida»?), vemo-nos obrigados a voltar atrás e a dizer ao leitor que espera há tanto tempo que lhe respondamos – enfim, que não sabemos.”
Virgínia Woolf, Orlando
Numa manhã estival, quando todos admiram a flor da ameixeira e a abelha, partamos então à sua descoberta. A assobiar ou a cantarolar baixinho, perguntemos ao estorninho (ave bastante mais sociável que a cotovia) que pensará ele quando vasculha no caixote do lixo, e, por entre os gavetos, encontra alguns fios de cabelo do ajudante do cozinheiro. Encostemo-nos ao portão da quinta e perguntemos o que é a vida. Vida, vida, vida!, canta a ave como se nos tivesse ouvido. É que ela sabe ao certo o que significa este hábito maçador de fazer perguntas a torto e a direito, quer dentro quer fora de casa, e de desfolhar malmequeres, o que acontece com frequência aos poetas quando não sabem o que dizer. «Então», pensa o pássaro, «perguntam-me o que é a vida; Vida, vida, vida!»
Depois, avancemos devagar pelo caminho que leva à charneca e alcancemos uma colina violeta. Atiremo-nos ao chão e sonhemos; vemos um gafanhoto transportar uma palhinha para casa. E ele diz-nos (se aos ruídos por si produzidos se pode dar nome tão sagrado e terno) que a vida é trabalho, ou pelo menos assim interpretamos os seus cri-cri sufocados pelo pó. As formigas e as abelhas concordam, mas, e se ficarmos aqui deitados o tempo suficiente para interrogarmos as borboletas nocturnas que esvoaçam por entre as pálidas campainhas, elas murmurar-vos-ão ao ouvido os mesmos disparates que ouvimos quando há tempestade e os fios dos telégrafos zumbem: «Riso! Riso!», exclamam as borboletas.
Depois de termos interrogado um homem, uma ave e alguns insectos – já que, e ao que consta, os peixes vivem em grutas verdes e solitárias e não ouvem nem falam (e talvez sejam eles os únicos a saber o que é a vida) – depois de os termos interrogado a todos sem nada aprender, tendo apenas arrefecido e envelhecido (pois não tínhamos nós desejado encontrar maneira de aprisionar num livro algo tão raro e consistente a que poderíamos chamar «o sentido da vida»?), vemo-nos obrigados a voltar atrás e a dizer ao leitor que espera há tanto tempo que lhe respondamos – enfim, que não sabemos.”
Virgínia Woolf, Orlando