terça-feira, fevereiro 21, 2006

ontem, na "porrada" com um sobrinho, hoje na "porrada" com outro

e eu olhei para ele e pensei "tu sabes ser cruel, tu sabes ser perverso, há momentos em que o que fazes é contra mim, explicitamente para me agredir e subjugar, para não te sentires o mais fraco dos dois", e ainda assim escolhi-o e permaneci com ele.

não porque quisesse ou fosse aceitar a porrada que para mim tinha, mas porque aceitei que a precisasse de dar. e porque acreditei que eu saberia conter aquela energia, absorvê-la, transformá-la, e ainda manter o meu amor vivo.

e que saberiamos ficar assim os dois, neste equilíbrio de forças, até ao dia em que pudesse amar-me por inteiro.

16 Comments:

Anonymous Anónimo said...

isso só se compreende tratando-se de crianças, porque com os adultos quem dá, paga e leva, se valer a pena...

fevereiro 21, 2006  
Blogger ana said...

não somos todos crianças, de quando em quando, em certas áreas?

fevereiro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

claro que sim, mas não desculpamos o "às vezes" com o sempre, nem fazemos do às vezes uma relação.

fevereiro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

eu acrescentaria: particularmente nessa. às vezes a agressividade contida nas pessoas por uma razão ou por outra é tão grande que atropela propositadamente quem estiver por perto, ou seja, quem está mais perto. E não tem a desculpa da inconsciência do mal que se fez. Só tem a desculpa de não ser, verdadeiramente, dirigida a quem apanha com ela, não realmente, ao contrário da das crianças.
(Fogo!, eu hoje tou palradeira que não me calo! Com tanta sentença pra tudo ainda me começam a chamar Salomão... acho k tou c saudades de conversar contigo Conchita!)

fevereiro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Dirigir a nossa agressividade a pessoa que nada tem a ver com ela é uma coisa feia, devia ser principalmente para quem é tão moralista. Para mim, só pode acontecer excepcionalmente e com um pedido de desculpas seguido, qr seja pela minha parte qr pela do outro. Se alguém na relação é saco de boxe, então, e a meu ver, a relação precisa de crescer.

fevereiro 21, 2006  
Blogger ana vicente said...

e assim compuseste a verdadeira declaração de amor.

BRAVO!

fevereiro 21, 2006  
Blogger ana vicente said...

ah, mas não te esqueças de lhe dar também!

fevereiro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

ana luísa: concordo contigo, agredir - seja uma medida ofensiva ou defensiva - é feio, mas é precisamente com o sentido de o ser que esse instinto existe em nós, em todos nós. É tão necessário quanto perigoso dar-lhe vazão, particularmente para o próprio - o meu pai costumava dizer que a raiva é um casaco de picos vestido do avesso! - e sim, as desculpas, sinceras, existem precisamente para sanar esses momentos, por isso existe a palavra 'desculpa' em todas as línguas que conheço - já 'por favor' ou 'com licença' não existe em todas.

Sacos de boxe e desequilibrios gerais no entendimento e relação de poder entre as pessoas já não se enquadra para mim dentro daquilo que eu chamo uma relação, muito menos com alguém próximo, pra mim é mais uma disfunção e não entra no contexto dos exemplos de que falamos aqui. (Embora agora que penso nisso, as relações com as crianças são desequilibradas a favor delas, em situações normais, mas enfim, entre adultos não o serão, espero!)

Quanto ao moralismo de que me acusas, não me identifico com ele, mas reconheço-te - excepção feita à difamação - o direito de teres de mim a opinião que te aprouver quer me conheças quer não, e idem vice-versa, é um direito que nos assiste a todos uns sobre os outros, até mesmo no mundo árabe, já que nenhum de nós é Maomet! ;o)

(ana: este deve ser quase o único blog que eu conheço que nos últimos tempos não andou a discutir as caricaturas - sempre original! ;o) )

fevereiro 22, 2006  
Anonymous Anónimo said...

viriato: abençoado seja o homem entre as mulheres! agora que na verdade já não és completamente viriato - osborne! - e apesar de não ter nada a ver com isto tudo,não resisto a confessar finalmente aqui em praça pública que viriato é um raio de um nome que além de recordar mau-agoiro - vê lá no que o outro deu, coitado... - me faz sempre lembrar aquela música muito conhecida, o "atirei-o-pau-ao-viriatutu"(era assim ou seria atirei-me-ao-pau-do-viriatutu? Tutu que didizes? ;o) )

fevereiro 23, 2006  
Blogger ana said...

bom, meus amores, eu ausento-me durante um dia e quando volto é isto? valha-me. sinceramente já não sei em que ponto estou.

acho que se por vezes é terrivel sermos vulneráveis e sairmos feridos, por outro é terrível precisarmos, sair-nos, a agressividade e não o podermos ser.

quem não precisou de descarregar em cima de quem mas ama que atire a primeira pedra. não é o ideal, claro está.
sinceramente não me importo de ser saco de boxe de quando em quando. ofereço-me como cordeiro de deus em prole do bem estar de quem amo. mas contenho, como faço com os meus sobrinhos. digo "ok, entendi, estás melhor, já chega, venha daí o pedido de desculpas" e depois dou a real palmadinha no rabo, que é para voltar a mostrar quem manda.

fevereiro 23, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Bem, eu não concordo nada com isso, até porque esse pedido de desculpas, das vezes que fui saco de boxe, pareceu-me sp pouco compensador.
"O redireccionamento da agressividade é uma medida de conservação do indivíduo..." ah?! desde qd?! aprender a direccionar a nossa agressividade correctameste sem moças nos outros é que vale a pena, maturidade e crescimento. Por outro lado, e pelo que vejo nas relações, normalmente o saco de boxe tende a ser a parte mais fraca, o que não contribuí para qlqr equilíbrio. Continuo a dizer que só excepcionalmente, para mim. Mas não acho que estas discussões venham a bom termo num blog e, assim, não me pronunciarei mais. Calo-me.

fevereiro 23, 2006  
Anonymous Anónimo said...

No entanto, vou deixar a letra de uma música da Elis Regina.

"Em tudo o q me acontecer
O dedo da comadre está
Na corda qd escurecer
A mágoa da comadre lá
Branco de doer e convidando a imaginar
Se o vento bater
A ginga que a comadre dá
Em tudo o que me acontecer
No copo que eu me embriagar
Se relampejar
Se eu adoecer
Se a febre aumentar
A comadre é bem, é bem, é bem
Na palha que eu adormecer
As águas em que eu me lavar
Na pitanga que eu morder
No doce que eu me lambuzar
Na hora que eu endoidecer
Se o sangue espirrar
Se a ferida arder
Se a boca chupar
A comadre é bem, é bem, é bem...."

fevereiro 23, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Bem-aventurados aqueles que toleram, perdoam e justificam os actos do proximo... Por vezes ate parece que o mundo é perfeito... viver na ignorancia é viver feliz... sorte têm os sujeitos com trissomia 21... beijos e abraços dinamarqueses...

fevereiro 23, 2006  
Blogger ana said...

olha um maomé neste blog! sejas bem vindo que isto é um blog ecumenista.

bem aventurados aqueles que se conhecem e sabem aquilo que de facto podem perdoar, honestamente. o resto é areia que fica na engrenagem e nem sequer é olhada de frente.

fevereiro 24, 2006  
Anonymous Anónimo said...

não tens irmãos fartos da castração da igreja catolica? ando a recrutar virgens para satisfazer os martires de ALA. Conheces alguma? É que hoje em dia torna-se difcil encontrar alguma....
Beijos e abraços dinamarqueses

fevereiro 24, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Jovem!!! Estas farto de uma vida sem sentido, em que Deus é um hippie com a barba por fazer!? Farto da emancipação da mulher? Junta-te à Associação dos Martires com Fome e tem uma carreira de sucesso. Garantimos uma vida com objectivos e mulheres subsmissas. As virgens te esperam...

fevereiro 24, 2006  

Enviar um comentário

<< Home